terça-feira, 12 de outubro de 2010

Quando falei dos meios de transporte apenas escrevi sobre os meios comuns mas o nosso batalhão usou ainda, com alguma frequência, meios aéreos: helicópteros, o Nord Atlas, o DO (Dornier), o boing 707 que nos trouxe de volta e o avião do dono da fazenda Caiado creio que um Peper, ou coisa que o valha. E é por esse que vou começar a contar algumas histórias em que os pássaros tiveram interferência.
A fazenda Caiado, não ficava muito perto de nós, como a Fazenda Bombo que tinha como capataz o sr. Ramalho ou a fazenda Sande cujo dono, sr. Rezende, prefigurava o tipo do português de África: mau aluno em Portugal, caçador em África com descendência da dona da fazenda, nativa de posses, insinuante, boa pessoa e, na altura que o conheci, muito mais angolano do que português (o que lhe terá acontecido?).
Não lembro o nome do homem da fazenda Caiado, mas no seguimento de um ataque que lá houve, único aliás durante todo o tempo da nossa comissão, o Chaves, do segundo pelotão, fez lá uma operação muito tensa porque foi quase no início da nossa estadia. Já não sei porquê, passado pouco tempo o avião pequenino de dois lugares aterrou na nossa pista, junto ao cemitério. O dono do avião convidou o capitão para voar até ao Caiado e este, que era muito voluntarista, virou-se para mim e disse: venha comigo, vamos ao Caiado. O dono protestou por causa do peso mas foi incapaz de deter a vontade do capitão. Eu fiquei momentaneamente contente. Sempre gostei de voar. O contentamento porém foi-se quando aterrando no Caiado, só no último minuto nos safámos de dar cabo de um bode que pastava na pista, bode esse que certamente teria dado cabo de nós. E muito mais apreensivo fiquei quando, de regresso, o dono-piloto, pôs o avião fora da pista, acelerou ao máximo com o avião travado e, largando-o, acompanhou com o corpo o andamento do avião, para lhe facilitar a tomada de velocidade; E terá sido o balanço do corpo que fez o desgraçado do avião rasar as árvores do fim da pista num esforço colossal para levantar voo! Foi um susto!

1 comentário:

  1. Talvez um PIPER - CUB, o avião da fazenda. Parece que oiço o meu tio Quim, a cada Relato vosso que oiço. Abraços a todos e parabéns pelo Blog.

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