BCAV 2909
HISTÓRIA DA
UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0005)
SITUAÇÃO GERAL (continuação)
TERRENO
NATUREZA
DO SOLO
O solo é, de uma maneira geral, argiloso, com manchas
lateríticas e arenoso, sendo pouco permeável à penetração das águas. Com
excepção dos terrenos lateríticos já consolidados, o solo, devido à acção das
chuvas, torna-se bastante lamacento e escorregadio, principalmente nas zonas
mais baixas ou naquelas em que não há escoamento para as águas. Torna-se muito
perigosa a condução de viaturas nas picadas, mesmo com a utilização
indispensável de correntes anti-derrapantes para as viaturas pesadas.
ALTERAÇÕES
RESULTANTES DA ACÇÃO DO HOMEM
Comunicações
Com excepção de um troço de cinco quilómetros asfaltado –
rampa do Luica – todos os itinerários são de terra batida e bastante
primitivos, tornando-se na época das chuvas um grande problema para as
deslocações.
Analisando sob este aspecto, cada uma das ZA das Companhias
Operacionais, podemos considerar:
Região de Zemba
Zemba – Santa Eulália:
picada fundamental, quer no aspecto operacional quer no aspecto logístico. Na
época das chuvas apresenta dificuldades a viaturas pesadas em alguns troços de
picada. Tem sido aconselhável a não utilização de viaturas pesadas Berliet,
naquela época. Esta picada tem como pontos críticos os três pontões sobre o rio
Lifune, a rampa a NW da fazenda São João e algumas regiões onde, por correr
dentro da mata, na época do cacimbo o sol não a chega a secar. Os pontões têm
necessidade de ser reparados, definitivamente, por pessoal técnico, a fim de
evitar que Zemba se veja, de um momento para o outro, na contingência de ficar
isolada. A rampa pode ser arranjada com o meios do Batalhão durante o cacimbo,
mas enquanto a sua drenagem não se fizer em boas condições logo que chova é uma
causa de preocupações. Há necessidade de anualmente se desmatar os lados da
picada de maneira a que o sol seque o pavimento. Durante as chuvas é indispensável
manter as bermas desimpedidas.
Desvio para José Luis
de Sá: É pouco acidentado e apresenta como principal obstáculo à progressão
um pontão que no tempo das chuvas fica inutilizado. Em alguns locais esta
picada atravessa matas bastante cerradas. É uma picada táctica que uma vez
reaberta e feita a ligação a Quipedro permite levar as NT às regiões de
Quindembe, Zambache ou Muhombo em pouco tempo e frescas.
Picada Zemba –
Quixinda – Cambamba: a importância desta picada ´muito grande tanto no
aspecto táctico como na ligação do Comando do Batalhão com a Companhia de
Cambamba. Corta a ligação entre as
regiões do Muhombo e do Mufuque e é a partir dela que se podem com mais
facilidade lançar Forças para qualquer uma destas regiões. Quanto à ligação,
basta ver a diferença entre os dois percursos a fazer. Enquanto que este é de
cerca de 33 quilómetros, o itinerário Zemba – Santa Eulália – Mucondo Ponte do
Dange – Vista Alegre – Cambamba é de cerca de 120 quilómetros. Na época das
chuvas a picada torna-se em algumas regiões muito difícil, especialmente na
subida a seguir ao Suége (144050.080755). Considera-se de absoluta necessidade
a reparação deste itinerário. Quando se efectuar a sua união com uma antiga
picada da Roça António Simões de Almeida o percurso Zemba – Cambamba encurtará
de 11 quilómetros. Há ainda a considerar picadas de tonga como a de Santa
Eulália ou antigas picadas que embora não estejam transitáveis a viaturas são
óptimas para os deslocamentos apeados além de serem boas referências.
Região de Mucondo
O principal itinerário da ZBA e que constitui parte do
itinerário principal atravessa esta região e constitui como que a coluna
vertebral de todo o Subsector. Entronca na estrada do café cerca de 1
quilómetro a ENE da ponte do Dange e é definida por ponte Luica – Mucondo –
Quicunzo – Santa Eulália, dela saindo um ramal para fazenda Caiado, um ramal
para fazenda Boa Vista – Daladiata – S. Paulo que prossegue indo-se ligar à
Quixicanga – Cambamba, antiga picada Mucondo – Santa Eulália, um ramal para a fazenda
Sande, picada Quicunzo – Quijoão – Missão ou Três Marias, picada principal
Quicunzo – Tari – Muxaluando… . A picada ponte Luica – Santa Eulália com os 5
quilómetros asafaltados para cá da ponte Luica deixou de ter problemas com a
rampa muito íngreme e extensa existente mas em outras regiões na época das
chuvas, o seu piso torna-se muito mau, especialmente na região da Cova das
Pacaças e no troço entre o Mucondo e a fazenda Bombo. Todos os outros ramais
indicados estão transitáveis, se bem que com algumas dificuldades devido às
chuvas, à excepção da antiga picada Mucondo – Santa Eulália, que não está
aberta. A abertura desta antiga picada terá sem dúvida interesse mas
taticamente há grandes vantagens em que se proceda quanto possível à reabertura
da antiga picada Mucondo – Roça Luís Filipe – Serração, da antiga picada de
Quimbage e ainda de uma outra que da fazenda Caiado se dirige ao rio Luica e
liga-la à fazenda S. Paulo. Há ainda várias picadas de tonga de muito interesse
para o lançamento de Forças.
Região de Cambamba
O itinerário principal desta região é a picada Vista Alegre
– Cambamba que só entra no Subsector ao atravessar o Luica, está em muito mau
estado e tem um ponto – passagem sobre o Luica – quese for cortado não é
contornável. A picada de Cambamba – Quixinga, onde deriva para S. Paulo ou
Zemba, também tem troços em muito mau estado, já referidos. A picada Cambamba –
Nossa Senhora de Fátima – Aldeia Viçosa que, além de ser de grande importância
táctica é um itinerário de alternativa para o itinerário principal, está
cortada em vários pontões, fáceis de reconstruir e na ponte sobre o Luica, que
é fácil de por em condições. A picada que serve a fazenda Valparaíso está em
boas condições. Há ainda a considerar antigas picadas que, além de serem referências,
facilitam os deslocamentos apeados. Entre elas está a que da pista vai à Roça
Simões de Almeida e que se for ligada à de Quixinga – Zemba virá a encurtar o
percurso Cambamba – Zemba em 11 quilómetros.
(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo
Histórico Militar – Lisboa)
(CONTINUA)