domingo, 29 de dezembro de 2013

BOAS FESTAS!

Desejo a todos os camaradas e seus familiares um bom ano de 2014, com saúde e realização pessoal.
O nosso blogue tem andado um tanto "parado", mas em breve ganhará novo fôlego, com mais textos da nossa história por terras de Angola e mais fotografias da CCav2692, nomeadamente as cedidas pelo furriel Rui Vieira de Castro e pelo nosso Comandante Taxa Araújo, cuja amabilidade agradeço publicamente.
Um abraço a todos.

António Gonçalves

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Boas Festas


Com esta imagem bem conhecida de todos nós, aproveito para desejar a todos os camaradas de armas e suas famílias um Santo e Feliz Natal,  que 2014 seja um ano de PAZ e AMIZADE para todos e que consigamos atingir, todos, os nossos objetivos.
José Diogo JUNIOR

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nesta data em que mais lembramos os tempos passados, não esquecemos
os que já partiram,para todos os outros eu desejo um Natal eAno Novo
cheio de saude na companhia dos mais queridos.
                                                         Gomes

sábado, 21 de dezembro de 2013

Boas festas para todos

 
 
Dada a proximidade ao Natal aproveito para desejar a todos vós os votos de Boas Festas e um Novo Ano com a saúde possível. Dado que encontrei recentemente esta foto, achei por bem incluí-la. Foi tirada pelo Paulos em Santarém, em 1987, no decorrer do 7º. almoço e, onde, se me não enganei na contagem, estivemos 58 c.cav´s 2692. Penso ser mais uma oportunidade para podermos recordar, apesar dos já ausentes. Para eles paz à sua alma.
 
Um grande abraço do
Amaral 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sonho


Pomba branca da saudade
Que vives dentro de mim
És filha da amizade
És a flor do meu jardim.

Pomba branca, pomba branca
Onde irás fazer teu ninho?...
Fá-lo onde o amor tomba
De ternura e de carinho!

No peito de quem te ama
É lugar seguro e certo...
Pomba branca quem te chama
Tem a saudade por perto.

A cantarinha quebrou-se
O cântaro ficou vazio
A pomba branca finou-se
Meus olhos ficaram rio...

Ai pomba do meu sonhar
Deste meu triste lamento
Talvez te possa encontrar
Quando findar meu tormento.

Pomba branca, pomba branca
Que ias descalça, p'rá fonte
Desta saudade tão franca
Com meu coração defronte.

José Diogo Júnior

Se és leitor do blogue manifesta-te... Diz qualquer coisa, quero ver quantos somos os que ainda se lembram dos tempos difíceis mas inesquecíveis por razões óbvias.

Um abraço

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Com o Pinho e o Baía, numa ida aos "figos".

terça-feira, 25 de junho de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909

Caros camaradas.

Por razões de índole pessoal, interrompi a publicação dos "fascículos" da história do nosso Batalhão.
Talvez tenha sido influenciado também por algum desalento face ao "silêncio" geral instalado (exceção feita ao Júnior - que bonitos poemas - e a alguns comentários que não passam disso).
Devo confessar que tenho vindo a ficar também um pouco desalentado quanto às presenças - cada vez mais escassas - nos últimos almoços.
Acresce um sentimento - talvez injusto mas que sinto bem fundo - de algum desinteresse na colaboração para a memória da história do BCAV 2909 e das suas Companhias.
Agrada-me, honra seja feita, o envio recente de fotografias pelo nosso Comandante Taxa Araújo e pelo Furriel Rui Castro.
Isso serve de estímulo a continuar a relatar a história da nossa memória. Mas também não posso silenciar aquilo que - perdoem a minha frontalidade mas é assim que eu era e continuo a ser - considero de algumas "esquisitices" que em nada ajudam à manutenção da nossa camaradagem. Camaradagem que, pesem embora as diferenças de cada um de nós e da época que então vivemos, sempre cimentaram um sentimento de amizade só possível num clima de guerra, de sofrimento, do descer ao fundo do poço.
Não podia deixar de manifestar estes desabafos.
Desabafos que não passam disso mesmo, não me farão desistir do meu objetivo de tentar relatar alguma parte da história do BCAV 2909, da nossa história.
Em breve - considerando a brevidade talvez o interregno do período de férias - voltarei ao contacto.
Não desistirei. Sou chato? Talvez... Mas não fico na "comodidade falsa" da prateleira do silêncio...
Um abraço a todos.

António Gonçalves (ex-furriel "Azaruja" do 3º pelotão da CCav 2692)

terça-feira, 21 de maio de 2013

Nascente de Poesia

Como lágrimas divinas
Que só Deus tem no olhar
As quadras pequeninas
São gotas d'arte a brotar

Do coração do poeta
Como de fresca frágoa
Na alta serra erecta
Nasce o verso como água

Fresco, limpo, transparente
Sem parar noite e dia
P'ra matar a sede à gente
Que gosta de poesia

Nasce o verso numa fonte
Limpa, pura, p'ra beber...
Morre o poeta defronte...
Ninguém o vai esquecer!

Mas, se em contrapartida
De água suja brotar...
Fica o poeta sem vida
Não há versos p'ra lembrar!

José Diogo Júnior

Poema editado na antologia literária internacional  PANGEIA  das edições ABRALI Curitiba Brasil

Com os desejos de que o próximo sábado seja um dia franca confraternização e muita amizade.
Um abraço a todos e  SUS... A ELES!...

 PEDIDO DE DESCULPAS:

Peço desculpa! Só agora dei conta. Por excesso de confiança não corrigi o texto que havia escrito e deu barraca... É da idade.
 Considerem que queria escrever "... nos vá dedicando com a sua poesia" e pf. não leiam o que lá está.

Amaral

domingo, 19 de maio de 2013

No passado dia 28 de Março o Goncalves fez o favor de aqui divulgar a convocatória para o próximo almoço este sábado, em confirmação do que cada um terá recebido por carta. No que me diz respeito, lamento informar que, face a compromissos, será impossível estar presente em Braga nesse dia, para poder ter a oportunidade de dar um abraço ao pessoal. Assim, para esses e para os que venham a ler esta mensagem, aqui vai o meu desejo de boa saúde para todos vós e vossos familiares e esperar que para o ano e seguintes tal encontro venha a ser uma realidade. Desta minha indisponibilidade já dei o devido conhecimentos ao José Gonçalves, o Braga.
Já agora, lanço daqui um repto ao nosso Júnior para que, pelo menos ele nos vá deliciando que a sua poesia, que é muito agradável de ler. Tal como ele diz: e os outros, estão sem força na "tecla"?
Vamos lá pessoal, não esmoreçam e digam algo. Eu, pelo menos, estou a dar sinal de vida.
Termino com um "SUS..A ELES".
Amaral

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Poema Triste



No 43.° aniversário da nossa partida para Angola esta minha homenagem a todos camaradas de armas em forma de soneto.

Poema Triste

A minha mocidade crucificaram
Em cruz de verde pinho ornamentada.
Ao lado, foi minh'alma sacrificada
E nunca os algozes se explicaram.

Levaram com eles tudo o que roubaram
Em nome da Pátria violada.
Em nome do dever, esta cambada
A mocidade de tantos crucificaram.

Hoje, envergonhados, fingem esquecer
Aqueles que cumpriram o seu dever!...
As promessas, essas, ficaram por cumprir!...

A mocidade crucificada não morreu!...
Vive com o poeta que escreveu
Este poema triste... Que nos faz rir!...

José Diogo Júnior

P.S. Estive quase 2 anos, de castigo, sem poder publicar no nosso e no meu, blog, por isso, embora alheio ao problema peço desculpa.



quinta-feira, 28 de março de 2013

Intervalo - ALMOÇO ANUAL

Tenho tirado estes dias de intervalo na História da Unidade, que em breve retomarei. Mas aproveito para anunciar o almoço anual, de acordo com a "convocatória" que hoje recebi do camarada organizador, o José da Costa Ferreira Gonçalves, o "Braga".

ALMOÇO CONVÍVIO ANUAL DA CCAV 2692
Braga - 25 de Maio de 2013

PROGRAMA
10h00 - Concentração no Parque da Ponte, junto ao Estádio 1º de Maio
11h00 - Visita ao Parque
11h30 - Missa na Capela de São João
13h00 - Concentração no Restaurante Quinta da Fonte, para o almoço convívio

PREÇO
€ 32,50 por pessoa
(Crianças dos 01 aos 05 anos é grátis, dos 06 aos 12 anos pagam 50%)

O José Gonçalves informa que, além dos aperitivos e "aditivos" habituais, a ementa assenta em dois pratos principais, o Bacalhau à Braga e a Vitela. Pede ainda que, para que seja proporcionado um bom serviço de restauração, se necessitar de uma alimentação diferenciada, informe no ato de inscrição o prato alternativo pretendido.

Por uma questão de logística, o José Gonçalves pede que se confirme a presença com a possível brevidade para os contactos que constam da "convocatória" que está a ser endereçada a todos os camaradas (a brevidade é sobretudo pela necessidade de reserva da quantidade de brindes a entregar aos participantes).

E, como vinha na "convocatória"... SUS! A ELES!


domingo, 24 de março de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0017)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

CONCLUSÕES

POPULAÇÃO CIVIL

 Aspecto económico

Dadas as características específicas do solo e as condições meteorológicas que o afectam, a economia da região tem feição exclusivamente agrícola e a sua exploração tem sido quase totalmente dirigida para a produção de café.
Antes dos acontecimentos havia na região numerosas e florescentes fazendas ou roças de café que foram, na sua quase totalidade, devastadas por acções terroristas. Posteriormente essas fazendas têm vindo a ser recuperadas e ocupadas.
Actualmente as Fazendas ocupadas são as seguintes:

Região de Mucondo:
Fazenda Santa Eulália (1431.0807)
Fazenda Caiado (1436.0817)
Fazenda São Paulo (1438.0815)
Fazenda Bombo (1431.0813)
Fazenda Boavista (1434.0814)
Fazenda Maria Amália (1428.0812)
Fazenda Sande (1430.0816)
Fazenda Daladiata (1436.0814)
Fazenda Aurora (143050.080625)

Região de Cambamba:
Fazenda Granja Administrativa (1445.0810)
Fazenda Valparaíso (1447.0811)
Fazenda Bela Vista (1446.0809)

O florescente comércio existente antes de Março de 1961, que vivia não só da venda de artigos à população mas, principalmente, da compra de café produzido pelos nativos, está reduzido a duas casas comerciais em Santa Eulália, duas em Cambamba e uma no Quicunzo (Maria Amália).

A alimentação dos africanos não apresentados que vivem na mata é constituída por milho, feijão, mandioca, caça e pesca.

Aspecto político

Os partidos dominantes na ZA do Subs-sector “ZBA” são a FNLA e o MPLA.
A FNLA domina todo o Sub-sector com excepção do canto SW, dominado pelo MPLA (A/IRM), cujo limite E se pode considerar o rio Bóqui.

Aspecto administrativo

Zemba e Mucondo dependem, sob o ponto de vista administrativo, do concelho de Nambuangongo, havendo um administrador de posto no Quicunzo.
Cambamba é sede de posto administrativo, dependente da administração do concelho de Quitexe.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

CONTINUA)

domingo, 10 de março de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0016)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

CONCLUSÕES

POPULAÇÃO CIVIL

 Aspecto humano

- População
A população existente na ZA resume-se ao núcleo já indicado quando se tratou das povoações.

- Grupos étnicos
Europeus: A população branca está reduzida aos comerciantes e funcionários das Fazendas de café já recuperadas.
Africanos: Neste momento apenas existem populações apresentadas em Cambamba (cerca de 900 indivíduos) e em Zemba (12 indivíduos).
Pode-se afirmar que de uma maneira geral a área do Sub-sector ZBA é ocupada por Luangos e Bahungos.
LUANGOS
Gozavam de fama de activos, trabalhadores e inteligentes. Entre eles não existia a escravidão, embora empregassem nos campos escravos Bahungos que compravam. Entre eles existiam excelentes carpinteiros. Os cadáveres dos chefes indígenas não desciam à tumba logo após a morte. Os ritos funerários demoravam por vezes alguns anos. O corpo era fumigado e envolvido em numerosos panos cujo volume era indicativo da estima do povo e da categoria do chefe.
Após ter sido mumificado, o cadáver era exposto em praça pública.
BAHUNGOS
Desconhece-se de onde vieram os Bahungos. Aliaram-se por diversas vezes aos portugueses para lutar contra outras tribos.
Resistiram sempre à pressão dos Baxicongos, que os pretendiam escorraçar para sul.
São bem constituídos, corajosos, coléricos e impulsivos.
Têm os olhos ovais, cabelos pretos e encarapinhados.
A base da alimentação é vegetal, constituída pelo “quipati”, feito de farinha de mandioca e de milho, acompanhada algumas vezes de carne.
Cultivam a mandioca, milho, feijão e “ginguba”.
Pescam e caçam. Estes povos foram geralmente tidos como muito atrasados em relação aos grupos étnicos vizinhos.
Consta que praticavam a antropofagia, principalmente entre os feiticeiros.
                       
- Modos de vida
A não ser a população apresentada que vive em Cambamba e trabalha nas suas “tongas” e lavras, e os elementos que vivem em Zemba e trabalhadores das fazendas, a restante vive na ilegalidade sem contacto com qualquer autoridade constituída, não tendo modos de vida definidos.
Antes dos acontecimentos de 1961, notava-se a tendência de movimento populacional do campo para a acidade.
Nas populações apresentadas o regime sucessório de todos os chefes indígenas é de natureza matriarcal: o sobrinho sucedia ao tio. Cada sanzala tem um chefe “sobeta”. Duas ou mais sanzalas constituem um povo subordinado a um “soba”.
Acima dos “sobas” há os “regedores”, os quais, juntamente com os “sobas” e “sobetas”, constituem o elo de ligação entre a massa nativa e as autoridades administrativas. A estas autoridades gentílicas compete resolverem as questões surgidas na vida quotidiana, consultando por vezes o conselho dos velhos.

- Línguas e dialectos
Os nativos apresentados e os capturados falam o “kimbundo”. Sabe-se no entanto que a maioria dos nativos refugiados nas matas fala “português” aprendido no contacto com os brancos antes dos acontecimentos de 1961. Sabe-se mais que as escolas que funcionam nas matas são em “português”.

- Religiões, crenças e seitas
Duma maneira geral todo o nativo é tradicionalmente religioso e crente.
Antes dos acontecimentos de 1961 quase toda a população professava mais ou menos a religião católica ou protestante conforme a religião das Missões que ficavam mais perto dos locais em que vivia.
Deste facto resultou a existência de uma maior percentagem de indivíduos que seguiam a religião protestante, percentagem que ainda hoje se mantém entre as populações que vivem nas matas.
O IN dá muita importância às práticas religiosas, delas se servindo como arma de acção psicológica junto das populações que domina ou apoia, com vista a que estas suportem com resignação a situação miserável em que vivem e mantenham vivo o fogo sagrado de uma hipotética independência.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

CONTINUA)

sábado, 2 de março de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0015)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

CONCLUSÕES

POPULAÇÃO CIVIL

 Aspecto histórico

O povoamento das regiões dos rios Luica e Suége fez-se por migração natural a partir da região dos Dembos.
Os povos dos Dembos, dada a sua maneira de ser, orgulhosa e rebelde, foram sempre avessos à aceitação da autoridade portuguesa, resultando daí que a fixação dos colonos brancos nesta região fosse tardia e bastante difícil. Esta tradicional rebeldia originou várias acções militares com vista à pacificação dos Dembos.
Em 1872 rebenta a grande revolta dos Dembos na qual só os Dembos de Nambuangongo e Ambuila não tomaram parte. O Dembo de Caenda, secundado pelos de Canzuangongo e N’Gombe Amuquiama, nosso aliado durante sete anos, foi a alma da rebelião, e desde então até à pacificação em 1918 foi sempre o mais indómito de todos.
Esta revolta foi motivada por abusos cometidos pelos brancos na cobrança do imposto. O europeu Augusto Archer da Silva, proprietário de uma roça, foi massacrado com a família. Para punir os rebeldes inicia-se então a primeira grande campanha dos Dembos. O Governador Ponte da Horta envia uma coluna composta de 40 praças de primeira linha e 200 de segunda linha. Após os primeiros embates com os indígenas verificou-se serem necessários reforços de Luanda para se prosseguir na luta.
Passados cinco meses do início da campanha os rebeldes são finalmente submetidos por forças já bastante superiores: 16 oficiais, 600 praças, e 2 peças de artilharia.
Porém a rendição foi condicional. O Governador deveria expulsar 3 brancos da região a quem os indígenas se referiam nestes termos:
“Homens estes que vivem aqui só para extorquir quanto podem, aos povos”.
A segunda campanha dos Dembos inicia-se em 1907 sob comando de João de Almeida que, actuando só ao sul do rio Dange, conseguiu submeter e pacificar a região em Novembro de 1907.
Embora a acção de João de Almeida se tivesse dado a sul do rio Dange, o efeito dos seus resultados estendeu-se às regiões vizinhas criando condições que permitiram a fixação de brancos tanto no comércio como em exploração agrícola e mineira.
Apesar destas acções a pacificação dos negros continuava ainda longe. O chefe da missão dos Dembos, Padre Miranda de Magalhães, escrevia, em 1917, para a Metrópole: “Os Dembos continuam na mesma, quer dizer, na sua tradicional insubmissão”. Só em 1918 o capitão Eugénio Ribeiro de Almeida, com 99 soldados indígenas (Cuamatos e Landins) e 100 carregadores, invade as terras de Canzuangongo, alcançando de surpresa o Muando, semeando o terror por onde quer que passasse. Cuamatos e Landins arrasaram ferozmente as terras dos Dembos. Estes, cansados de lutar, dizimados e enfraquecidos pela doença do sono, foram submetidos um a um.
Os Dembos podiam-se considerar finalmente pacificados, tendo Ribeiro de Almeida sido considerado “o dominador dos Dembos”.
Embora submetidos, o espírito rebelde manteve-se latente nestes povos que aderiram, desde a primeira hora, à subversão e terrorismo que, em 1961, ensanguentou o norte de Angola.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

CONTINUA)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0014)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

CONCLUSÕES

DE ORDEM GERAL

A área do Sub-sector ZBA é presentemente uma zona de guerrilha pura, onde a subversão chegou a atingir a totalidade dos povos. Com excepção da área de Cambamba, onde a recuperação das populações já permitiu a organização de duas sanzalas, em que vivem cerca de 900 indivíduos, em toda a restante ZA as populações nativas vivem na ilegalidade, sujeitas a cerrado controlo do IN.
A acção das NT na captação e recuperação das referidas populações tem sido extremamente morosa e difícil devido às características da própria população da região, derivadas dos seus condicionamentos étnicos, de pouco contacto com o branco, do injusto tratamento a que, por vezes, foi, no passado, sujeito, reforçadas com uma doutrinação intensa e bem orientada por parte do IN.
Estas características ressaltam essencialmente nos aspectos do orgulho, ódio ao branco, espírito combativo e não aceitação de outra ideologia que não seja a que lhe foi incrustada.
Os combatentes IN, apesar das privações sofridas, mantêm um moral bastante elevado. As populações, devido à constante acção das NT e em virtude das privações sofridas, estão parcialmente desmoralizadas. As tentativas de acção psicológica exercidas sobre a população, se reiteradas e devidamente orientadas, deverão conduzir a resultados encorajadores, melhores do que os conseguidos até ao momento.

O terreno do Sub-sector, muito ravinado e coberto, com poucas e más vias de comunicação, confere ao IN excelente abrigo, permitindo-lhe boa observação, tornando muito penoso o trabalho das NT e difícil a surpresa, única maneira de conduzir as NT a resultados satisfatórios.

As deslocações das NT são bastante dificultadas na época das chuvas, não só pela acção desta sobre o solo, mas também pelo aparecimento do capim, que chega a atingir três metros de altura.

O facto de o IN ter conseguido resistir a 10 anos de luta em tão precárias situações de vida, em especial noq eu se refere a vestuário e medicamentos, leva a admitir que, a menos que tais dificuldades lhe sejam agravadas, poderá manter-se em tais circunstâncias por longo tempo.

Todos estes factores levam a considerar que o IN do Sub-sector ZBA ainda está mobilizado e suficientemente fortalecido sem dar indícios de renunciar até à tal vitória de que continua convencido.
Isto no que respeita aos combatentes, uma vez que grande parte da população prefere apresentar-se por não acreditar nas promessas que lhe foram feitas há 10 anos, não o fazendo em maior escala com o receio das represálias a que estão sujeitos quando descobertas as suas intenções.

Durante a permanência do anterior Batalhão no Sub-sector ZBA, o IN executou alguns ataques e flagelações a Fazendas e a colunas auto, nunca tendo levado a efeito qualquer acção significativa sobre os aquartelamentos, o que não quer dizer que se possam descurar as necessárias medidas de segurança.
Julga-se, no entanto, que o IN não teve em geral iniciativas por carência de meios e grande receio da tropa.

POSSIBILIDADES DO IN

Enumeração
- Efectuar ataques esporádicos e de curta duração às colunas militares que, obrigatoriamente e com frequência, percorrem os poucos itinerários existentes.
- Executar acções de represália e de raptos ou roubos sobre as fazendas e suass instalações e sobre os trabalhadores e populações que nos sá afectas, nas tongas, nas sanzalas, ou nas lavras.
- Resistir à penetração das NT nas suas zonas de refúgio.
- Desencadear ataques e flagelações sobre os estacionamentos das NT.
- Colocar engenhos explosivos nas vias de comunicação e armadilhas nos trilhos de acesso aos seus refúgios.
- Diluir-se no terreno, furtando-se ao contacto com as NT e escapando à sua acção.
- Concentrar meios, vindos de regiões a apreciável distância umas das outras, o que lhe confere a possibilidade de levar a efeito acções de certa envergadura.

Análise e discussão das possibilidades
»» São indícios de que pode efectuar ataques a colunas:
- A existência em quase todas as picadas de excelentes locais para a montagem de emboscadas.
- Algumas acções já efectuadas.
- O sistema de vigilância que montou e que lhe permite detectar a grande distância a aproximação das colunas.

»» São indícios de que pode executar acções de represália:
- Alguns renumerados ataques que em tempos fez a fezendas.
- O desesperado estado de carência de vestuário, dinheiro e víveres que o pode impelir a tentar acções de saque.

»» São indícios de que pode resistir à penetração das NT:
- A escolha de localização dos seus refúgios, em alguns doas quais têm sido encontrados abrigos individuais, alguns subterrâneos.
- O sistema de vigilância que lhe permite detectar a grande distância a aproximação das NT e escolher a modalidade de actuação mais conveniente.
- O armadilhamento dos trilhos de acesso.

»» São indícios de que pode atacar estacionamentos das NT:
- As características do terreno, bastante arborizado, que permite ao IN a possibilidade de se aproximar dos estacionamentos das NT sem ser detectado.

»» São indícios de que pode colocar minas e armadilhas:
- As referências de que o IN o faz noutras áreas da AM1.
- O facto de esses engenhos já terem sido accionados ou detectados pelas NT.

»» São indícios de que pode diluir-se no terreno:
- A atitude que tem adoptado à aproximação das NT.
- Declarações de presos e apresentados que referem ter, por vezes, observado a movimentação das NT sem se revelarem ou serem detectados.

»» São indícios de que pode concentrar meios vindos de regiões a apreciável distância umas das outras:
- A permanência em alguns “quartéis”de grupos móveis constituídos por elementos de outros “quartéis”, alguns bastante afastados.

Probabilidades relativas de adopção

As possibilidades atribuídas ao IN poderão, nas várias circunstâncias consideradas, serem enumeradas pela seguinte ordem:

»» Face a uma operação de grandes efectivos:
- Diluir-se no terreno, furtando-se ao contacto.
- Mudar-se para locais de refúgio mais afastados e de mais difícil acesso.
- Por vezes, reagir à penetração das NT.

»» Face a uma operação de pequenos efectivos:
- Resistir à penetração das NT em geral com fogos de flagelação.
- Diluir-se no terreno, furtando-se ao contacto e escapando à acção das NT.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0013)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

SITUAÇÃO EM ABASTECIMENTOS. LOCAIS DE APOIO


O IN bastante frugal e resistente, alimenta-se quase exclusivamente com os produtos agrícolas cultivados nas suas lavras e com os produtos da caça e da pesca.
As munições, o armamento, o sal, as roupas e os medicamentos são trazidos do Congo por grupos de reabastecimento ou recebidos de grupos IN localizados nos sectores vizinhos.

ASPECTOS CARACTERÍSTICOS E PONTOS FRACOS


Como aspectos característicos do IN, apontam-se os seguintes:

- Conhecimento profundo do terreno em que actua.
- Perfeita adaptação ao meio em que vive.
- Actua em pequenos grupos que se deslocam com rapidez e que facilmente se dissimulam.
- É bastante resistente e frugal.

Como pontos fracos apontam-se os seguintes:

- Dependência do exterior no que se refere aos reabastecimentos em armas, munições, medicamentos, sal e vestuário.
- Dependência das populações refugiadas nas matas e das respectivas lavras para obtenção dos géneros alimentícios que lhe são indispensáveis.
- Obrigatoriedade em se deslocar rapidamente utilizando trilhos que, por serem bem marcados, acabam por ser facilmente referenciados.

OUTROS ELEMENTOS DE INFORMAÇÃO

Numa área praticamente sem população amiga, as fontes de notícias que se podem utilizar são os apresentados, presos, os documentos e os elementos obtidos através de reconhecimentos aéreos.
A melhor fonte de notícias é dos elementos IN apresentados, que devem ser utilizados como guias sempre que possível.

CONTRA INFORMAÇÃO

O isolamento em que se vive na ZA do Sub-sector e a quase sempre inexistência de populações, faz com que os problemas ligados à contra-informação se apresentem à primeira vista como facilitados, sem que, como é evidente, signifique que os mesmos possam ser ignorados ou descurados devido ao contacto que o IN deve ter com elementos conhecedores de certos aspectos da vida nos “quartéis”.
Dentro do Sub-sector, é necessário por em execução rigorosamente as seguintes medidas:
- Não se executar RVIS nas proximidades da realização de uma operação.
- As tropas só serem informadas da verdadeira finalidade da operação ou acção no momento em que saem do aquartelamento. É necessário contar também com a extraordinária capacidade de observação do nativo, que lhe permite não só detectar grande parte dos nossos movimentos, como também aperceber-se do mais ligeiro “indício técnico” das intenções das NT. Verificou-se que alguns apresentados da Sanzala de Cambamba tinham ligações com o IN.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0012)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

MOVIMENTOS, LINHAS DE INFILTRAÇÃO OU DIRECÇÕES GERAIS DOS MOVIMENTOS

Os movimentos do IN através do Sub-sector fazem-se por pequenos grupos entre “quartéis” e povos.
Têm-se verificado movimentos entre os “quartéis” de Mufuque e o de Quiuanda e entre as regiões Candende-Mufuque e de Catoca-Cambeje.
Existem dias direcções de movimento dos grupos IN em trânsito entre Coa e Quanza Norte:
a) Central do Quindembe – Quartel Candende – Quartel Bala Cassungo;
b) Quartel Muhombo – Central do Dange – Quartel Cóloa.

FORMAS DE ACTUAÇÃO, TÁCTICA, REDES DE INFORMAÇÃO E COLECTA DE FUNDOS

(a) FORMAS DE ACTUAÇÃO

- Actua normalmente em pequenos grupos aproveitando sempre a protecção que lhe dá o terreno, desenfiando-se do fogo das NT e garantindo-lhe bons itinerários de retirada.
- Não se mostra interessado em atacar as NT quando constate uma força muito superior à sua, o que aliás normalmente sucede. Porém, tem tido o cuidado de emboscar e armadilhar itinerários de saída das NT da zona de operações. É por isso que se impõe muitas vezes, o que é difícil, a escolha de itinerários de retirada diferentes dos de acesso à entrada.
- Actua contra populações africanas, para as aterrorizar ou obter alimentos e artigos manufacturados.
- Há informações de que respeita a tropa que apareça com frequência em locais diferentes.
- Evita actuar sobre a tropa que apareça que veja que vai bem atenta e disciplinada.
- Inicia, muitas vezes, o fogo de Metralhadora Ligeira após um tiro de pistola.

(b) REDES DE INFORMAÇÃO E DE COLECTA DE FUNDOS

Com excepção da região de Cambamba, não existe em toda a ZA do Sub-sector populações apresentadas pelo que o IN não dispõe de rede de informações nem de colecta de fundos, admitindo-se que mantenha ligação com a população de Cambamba.
As suas informações baseiam-se na observação directa e constantre a que submete as NT, utilizando observatórios montados em pontos dominantes.
Na região de Cambamba têm-se verificado ligações entre as populações apresentadas e as da mata.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909


BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0011)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

APRECIAÇÃO GENÉRICA DA ACTIVIDADE MAIS RECENTE DO INIMIGO

A ZA do Sub-sector encontra-se na região dos Dembos que foi sempre e ainda é hoje o centro da rebelião no Norte de Angola.
Verifica-se que desde 10 de Junho de 1969 (data em que o Batalhão que rendemos assumiu a responsabilidade da ZA) até fins de Abril de 1970, a actividade do IN se desenvolveu da seguinte forma:

- 9 acções em Junho 69 (5 emboscadas, 3 flagelações, 1 ataque);
- 4 acções em Julho 69 (1 reacção à emboscada, 1 roubo, 1 flagelação e 1 ataque);
- 4 acções em Agosto 69 (1 emboscada, 1 reação à emboscada, 2 flagelações);
- 5 acções em Setembro 69 (4 flagelações, 1 ataque);
- 7 acções em Outubro 69 (1 emboscada, 1 ataque, 5 flagelações);
- 3 acções em Novembro 69 (2 ataques, 1 flagelação);
- 7 acções em Dezembro 69 (2 reacções a emboscadas, 3 flagelações, 1 armadilha accionada, 1 emboscada);
- 10 acções em Janeiro 70 (6 flagelações, 4 emboscadas);
12 acções em Fevereiro 70 (11 flagelações, 1 emboscada);
- 2 acções em Março 70 (2 flagelações);
- 2 acções em Abril 70 (2 flagelações);

POPULAÇÕES NATIVAS SOB CONTROLO DO IN

A quase totalidade da população nativa da região encontra-se controlada pelo IN, por sua livre vontade ou sob coacção, e garante-lhe apoio logístico necessário à sobrevivência.
Na ZA do Batalhão tal controlo tem sido bastante eficiente e tem conseguido contrariar com zero êxito a Acção Psicológica realizada pelas NT com lançamento de panfletos.
Sabe-se que algumas populações vivem em condições miseráveis e em permanente insegurança, começando a não acreditar nas inúmeras promessas de independência e vida melhor que lhes têm sido feitas, mas a verdade é que as apresentações têm sido poucas.
Quando a persuasão não chega, o IN ameaça com represálias sobre os familiares dos que querem apresentar-se.
Tal controlo manifesta-se até nos deslocamentos de pessoal entre “quartéis” ou povos vizinhos, com a obrigatoriedade de todos os indivíduos em trânsito possuírem “guia de marcha” ou “guia de trânsito” passada pela autoridade competente na origem, que implica também a apresentação às autoridades de destino.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0010)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

ORDEM DE BATALHA, EFECTIVOS E MATERIAL, CAPACIDADE DE COMBATE

MPLA:

O MPLA tem vindo a sofrer revezes contínuos quer das NT quer dos grupos móveis da FNLA, prevendo-se que se mantenha em atitude passiva por falta de armamento e, principalmente, de munições.
Verifica-se que os chefes do MPLA trocam amiudadas vezes os nomes dos quartéis a fim de criarem confusões às NT. Os guerrilheiros são normalmente conhecidos por alcunhas.
Os quartéis ecistentes dentro do Sub-sector ZBA pertencem à zona A (com sede no Havana Cuba) da primeira região militar (com sede no Bulgária).
O comandante da 1ª região militar é Jacob Caetano “Monstro Imortal”.
O comandante da zona A é Diogo Paulo “Dangereux”.

(a) “Centro” Tanzânia
> Localização aproximada: destruído pela CCaç 2512 em p.c.725 (1429.0821);
> Efectivos: Comandante Iá Iá; referenciados cerca de 42 elementos;
> Armamento: declarações de alguns apresentados referem a existência de 18 armas;
> Diversos: Havia sentinelas de dia e de noite e armadilhas de cova de lobo no trilho para o rio Dange; o povo, quanto ao montante, é de 1.600 pessoas;

(b) “Quartel” Subão (fora do Sub-sector ZBA)
> Localização aproximada: (1424.0819); um apresentado recente em Sta. Eulália refere que até Setembro de 67 estava localizado em região p.c. 748 (142330.081740);
> Efectivos: Comandante Vida de Hoje; referenciados cerca de 20 elementos;
> Armamento: 1 PPSH, 1 Simonov e 1 Mauser; tinha cerca de 40 munições;
> Diversos: o povo quanto ao montante é de 500 pessoas; há uma notícia recente que o localiza dentro do Sub-sector ZBA em região (142550.081700);

(c) “Quartel” Haiti
> Localização aproximada: Na confluência dos rios Loche e Casaa a montante de Quichenchengue (ZA BCaç 2887); em 24Mar70 foi capturada 1 PM PPSH pela CCaç 2512 em região (1425.0816) a um elemento que pertencia ao “quartel” do Haiti;
> Efectivos: Comandante Cameço; referenciados cerca de 18 elementos;
> Armamento: 1 PPSH, 1 Carabina, 2 Mauser; munições, muito poucas;

(d) “Quartel” Porto Rico
> Localização aproximada: Estava no rio Cafuma mas desde 02Abril70 o povo dispersou-se e os chefes estão no rio Mussanda (142520.081645);
> Efectivos: Comandante Mabiola Filipe; Este elemento era comandante do Haiti mas passou para chefe de Porto Rico há cerca de 2 meses; referenciados cerca de 12 elementos;
> Armamento: 1 Mauser, 1 PPSH, 1 Lee Einfield;
> Diversos: o povo, quanto ao montante, é de 200 pessoas;

(e) “Quartel” Líbia
> Localização aproximada: destruído em região (142645.081900); sabe-se muito pouco deste “quartel”, admitindo-se que na verdade seja o Porto Rico; a diferença de localização compreende-se em virtude de as acções das NT os terem obrigado frequentemente a mudar de localização;

(f) “Quartel” Zâmbia
> Localização aproximada: em região (142630.081830);
> Efectivos: Comandante Daniel Paulo; referenciados cerca de 15 elementos;
> Armamento: 2 Mauser, 2 Lee Einfield e 1 PPSH;
> Diversos: Há 2 sentinelas à noite no caminho da antiga sanzala de Quimbage;

(g) “Quartel” Bolívia
> Localização aproximada: entre o rio Miquefo e o rio Mitamba, em região aproximada (142620.081430) em p.c. 725;
> Efectivos: Comandante Dilambo; referenciados cerca de 30 elementos;
> Armamento: 2 PM Sterling, 1 PPSH, 1 Mauser, 1 Lee Einfield.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DO BCAV 2909



BCAV 2909
HISTÓRIA DA UNIDADE
(CONTINUAÇÃO)
(02.0009)

SITUAÇÃO GERAL (continuação)

INIMIGO

ORDEM DE BATALHA, EFECTIVOS E MATERIAL, CAPACIDADE DE COMBATE

FNLA:

Os vários quartéis existentes dentro do Sub-sector estão na dependência de duas “Centrais” que a seguir se indicam:

(a) Central do Quindembe (Unidade do Quicunzo):
- Sub-zona nº 7 da Zona da Zona nº 1 – Ambriz
    Dependem desta “Central” os quartéis de Calunga-Samba, Matete, Quindembe, Zambache, Zemba, Muanda, Quizondo, Mucondo ou Candende, Lembe (Esperança de Deus), Quissala, Catoca e Bala Cassungo.
              Do “quartel” do Quizondo depende a “Secção” de Quixexe e do “quartel”   de Zemba dependem  as “Secções” do Quicaiongo e Capiana.
            1. “Central” do Quindembe (Unidade do Quicunzo):
                        > Localização aproximada: supõe-se estar localizada na região (143230.080120);
                        > Efectivos: Comandante: João Damião Batista de Carvalho; só estão referenciados 8 elementos com funções especiais e 2 soldados;
                        > Armamento: 2 Pistolas Metralhadoras (M3A1), 2 Kalashnikov, 2 Simonov e 2 Herstal Belga;
                        > Diversos: Cada povo dá 2 ou 3 homens que vão residir no Quindembe durante uma temporada. Quando um Grupo Móvel actua na sua área dão um ou 2 homens para actuarem com eles como guias; assim aconteceu na flagelação a S. Eulália, este ano; os Grupos Móveis costumam vir da “Central” do Quindembe; são todos homens armados, alguns com armas automáticas. Têm 50, 60, ou 80 homens; a “Central” do Quindembe costuma emprestar um espingarda mas por uma ou duas semanas;
            2. “Quartel” do Calunga-Samba (Quartel nº 2):
                        > Localização aproximada: em região (143100.080120);
                        > Efectivos: Comandante Gambo Malembe; referenciados cerca de 22 elementos;
                        > Armamento: 3 Mauser;
                        > Diversos: destruído em 15 Dezembro 1969 durante a acção “Safira”;
            3. “Quartel” de Matete:
                        > Localização aproximada: em região (142830.080040);
                        > Efectivos: desconhecido;
                        > Armamento: desconhecido;
                        > Diversos: fora da zona de acção do Sub-sector “ZBA”;
            4. “Quartel” do Quindembe:
                        > Localização aproximada: em região (143430.075940);
                        > Efectivos: desconhecido;
> Armamento: desconhecido;
> Diversos: destruído em Janeiro de 1969; desconhece-se se actualmente está activado;
            5. “Quartel” de Zambache:
                        > Localização aproximada: em região (143635.075835);
                        > Efectivos: Comandante Santos Cahungo; referenciados cerca de 40 elementos;
                        > Armamento: 4 Mauser;
                        > Diversos: quando alguém vai do Coa para o MUhombo passa pelo Zambache;
            6. “Quartel” de Zemba:
                        > Localização aproximada: em região (143700.080040);
                        > Efectivos: Comandante Manuel Gonga, que morreu em Setembro de 1969, desconhecendo-se o Comandante actual; referenciados mais de 100 elementos;
                        > Armamento: 2 Lee Enfield, 1 Herstal (checa), 2 Herstal (belgas), 7 Mauser (alemãs), 2 granadas de mão ofensivas, 1 Mina Anti-pessoal;
                        > Diversos: destruído pelas NT. Deste “quartel” depende a “Secção” de Quicaiongo, localizada em região (143700.080040), destruída pelas NT. Do mesmo depende também a “Secção” de Capiana; a “Secção” de Quicaiongo pode considerar-se integrada no Zemba, pois está a uma distância de cerca de 200 metros; a “Secção” de Capiana encontrava-se instalada perto do rio Cambo, tendo ultimamente recolhido a Zemba; tem armadilhas nos trilhos de acesso que estão bem camufladas e as anti-pessoal são em geral GMOF, ligadas por um fio de nylon; tem também armadilhas com covas grandes e fundas e paus afiados espetados no chão;
            7. “Quartel” de Muanda:
                        > Localização aproximada: em região (1441.0800);
                        > Efectivos: Comandante Manuel Vasco Miranda; referenciados cerca de 45 elementos;
                        > Armamento: 4 Mauser, 7 Lee Eifield, 1 FN, 1 granada de mão defensiva (MK2), 1 granada de fumos e 1 granada de mão ofensiva;
                        > Diversos: os trilhos de acesso estão armadilhados; existem sentinelas nos morros dominantes;
            8. “Quartel” do Quizondo (Quartel nº 6)
                        > Localização aproximada: em região (143525.080905);
                        > Efectivos: Comandante Pinto Cabanda; referenciados cerca de 25 elementos;
> Armamento: 2 Lee Enfield, 1 Mauser (Herstal), 2 Mauser (checas) e 2 granadas de mão    ofensivas;
> Diversos: destruído pelo CCAÇ 2511 em 05 Janeiro 1970, durante a acção “Turqueza”; deste “quartel” depende a “Secção” de Quixexe, localizada em região (143430.080930);  a mesma foi destruída em 06 Maio 1969; desconhece-se a actual localização;
            9. “Quartel” do Mucondo ou Candende:
                        > Localização aproximada: em região (143640.081210?);
                        > Efectivos: Comandante José António; referenciados somente 8 elementos;
> Armamento: 4 Mauser,1 Pistola Metralhadora (FBP), 1 Kalashnikov, 1 PPSH e    2 granadas de mão defensivas (MK-2 e F-1);
            10. “Quartel” do Esperança de Deus ou Lembe (quartel nº 7):
                        > Localização aproximada: em região (143735.080945);
                        > Efectivos: Comandante Júlio dos Santos; referenciados cerca de 25 elementos;
                        > Armamento: 2 Mauser;
            11. “Quartel” do Quissala:
                        > Localização aproximada: em região (143920.081.920);
                        > Efectivos: Comandante Francisco Cassanda Cuanza; referenciados 8 elementos;
> Armamento: Entre 3 a 4 Mauser, 1 Arma Automática, 1 granada de mão defensiva e 1    A/P;
> Diversos: foi destruído pela CCAÇ 2512 em 11 Janeiro 1970 durante a ação      “Esmeralda”, em região (143930.081930);
            12. “Quartel” do Catoca
                        > Localização aproximada: em região (143745.081945);
                        > Efectivos: Comandante Januário; referenciados cerca de 25 elementos;
                        > Armamento: 5 Mauser, 2 Espingardas 7,7, 2 Pistolas Metralhadoras, 1 granada de mão defensiva;
                        > Diversos: destruído pelo BCaç 2873 em 04 Março 1970, em região (1436.0818);
            13. “Quartel” de Bala Cassungo
                        > Localização aproximada: em região (1434.0818);
                        > Efectivos: Comandante Pereira Manuel; referenciados cerca de 6 elementos;
                        > Armamento: 4 Mauser, 2 Pistolas Metralhadoras, 1 granada de mão defensiva;
                        > Diversos: o Comandante e o 2º Comandante encontraram-se no Congo, que foi morto pela CCaç 2512 durante a operação “Jacaré” em 06 de Abril de 1970;
           
(a) Central do Muhombo (Unidade do Dange)
            Sub-zona 9 da Zona nº 1 – Ambriz
            Dependem desta “Central” os “quartéis” do Muhombo, Cunga, Cassula, Paz Coloa, Quissambala, Quipenene, Quiuanda, Cambeje e Quinagala;
            Do “quartel” Paz Coloa despendem as “Secções” do Quinguenga e Cauanga;
           
1. “Central” do Muhombo” (Unidade do Dange)
                        > Localização aproximada: em região (144020.075620);
                        > Efectivos: Comandante Jaime David Weba; o montante de elementos é superior a 100;
                        > Armamento: várias Mauser, Pistolas Metralhadoras, 1 Morteiro 81, granadas de mão ofensivas e defensivas;
                        > Diversos: destruído pela CCaç 2510 – 2511, em 15 Fevereiro 1970, durante a operação “Recuperação” em região (144020.075620); Tem um grupo móvel designado por “Bonga Bonga”, cuja nissão é patrulhar a área da    “Central”, efectuar ataques contra os aldeamentos das populações apresentadas, NT ou em fazendas; É comandado por Adão Quissonde e Pedro Maianga e constituído normalmente por grande número de soldados, grande parte deles armados com armas de repetição, Pistolas Metralhadoras e granadas de mão. Quando vão proceder a ataques, requisitam soldados que conheçam bem o terreno onde vão actuar;
            2. “Quartel” do Muhombo (“Quartel” nº 1)
                        > Localização aproximada: em região (143945. 075720);
                        > Efectivos: Comandante João Lengue;
                        > Armamento: desconhecido;
                        > Diversos: Destruído pela CCaç 2510-2511 em 17 Fevereiro 1970 durante a operação “Recuperação” em região (143945.075720);
            3. “Quartel” do Cunga (“Quartel” nº 2)
                        > Localização aproximada: em região (144340.080000)
                        > Efectivos: Comandante João Fernando Quinganga; referenciados cerca de 15  elementos;
> Armamento: 3 Mauser, 1 Pistola Metralhadora;
> Diversos: Destruído pela CCaç 2510-2511 durante a operação “Ambar”; tem 3 acampamentos de apoio, um situado na margem esquerda do rio Passa, próximo da nascente, outro situado na margem direita do rio Seixocusso, outro situado na margem     esquerda do rio Canguelele (será Canzuele?);
            4. “Quartel” do Cassula (“Quartel” nº 3)
                        > Localização aproximada: em região (144330.080200);
                        > Efectivos: Comandante João Quingongo; referenciados cerca de 20 elementos;
                        > Armamento: 2 Mauser, 1 Pistola Metralhadora, 1 granada de mão ofensiva e 1 granada  de mão defensiva;
                        > Diversos: Destruído durante a operação “Agora vai”;
            5. “Quartel” Paz Cóloa (“Quartel” nº 4)
                        > Localização aproximada: em região (144330.075930) na margem direita do rio Calujuca, próximo da nascente;
                        > Efectivos: Comandante Luis Kimbote; referenciados cerca de 20 elementos;
                        > Armamento: 4 Mauser, 2 Pistolas Metralhadoras, 1 granada de mão ofensiva e 1 granada de mão defensiva;
                        > Diversos: Deste “quartel” depende a “secção” de Quinguende localizada em região (1446.0802). Do mesmo depende a “secção” de Cauanga localizada em região  (144630.080220);
                        > “Secção” Quindenga: Comandante Sousa Catobo ou Sousa Catoco; referenciados cerca de 7 elementos;
                        > Armamento: 1 Mauser e 1 Pistola Metralhadora (cedidas pelo “quartel” de Paz Cóloa;
                        > “Secção” Cauanga: Comandante Bento Correia Quissusso; referenciados cerca de 15 elementos;
                        > Armamento: 2 Mauser, 1 Pistola Metralhadora, 1 granada de mão ofensiva;
                        > Diversos: Há trilhos de aproximação partindo de Cambamba e há também um bom  trilho de retirada;
            6. “Quartel” de Quissambala (“Quartel” nº 5)
                        > Localização aproximada: em região 144140.080150);
                        > Efectivos: Comandante Moisés Paulo Guerra; referenciados cerca de 25 elementos;
                        > Armamento: 3 Mauser, 2 7,7 e possívelmente 1 Pistola Metralhadora;
                        > Diversos: Foi encontrado abandonado durante a operação “Segunda batucada”;
            7. “Quartel” de Quipenene (“Quartel” nº 6)
                        > Localização aproximada: em região (144230.080320);
                        > Efectivos: Comandante Ernesto Panzo; referenciados cerca de 20 soldados;
                        > Armamento: 6 Mauser, 2 Pistolas Metralhadoras, 2 granadas de mão ofensivas e defensivas;
                        > Diversos: Foi encontrado abandonado durante a operação “Segunda batucada”; notícia de um apresentado refere que receberam 7 armas Kalashnikov vindas do Congo;
            8. “Quartel” Quiuanda (“Quartel” nº 7)
                        > Localização aproximada: em região (144210.080500);
                        > Efectivos: Comandante Domingos Cacola; referenciados cerca de 14 elementos;
                        > Armamento: 2 Mauser e 1 Pistola Metralhadora Sterling;
                        > Diversos: Foi encontrado abandonado pela 12ª Companhia de Comandos em 19 de Fevereiro de 70 em região (144130.080430);
            9. “Quartel” Mufuque (“Quartel” nº 8)
                        > Localização aproximada: em região (143820.081010);
                        > Efectivos: Comandante Pedro Macanda; referenciados cerca de 40 elementos;
                        > Armamento: Mais de 5 Mauser e 2 Pistolas Metralhadoras, além de granadas de mão; apresentados em Fevereiro de 1970 referem ter recebido 15 armas do Congo;
            10. “Quartel” do Cambeje” (“Quartel” nº 9)
                        > Localização aproximada: em região (143700.081030);
                        > Efectivos: Comandante Domingos Campos; referenciados somente 6 elementos;
                        > Armamento: 4 Mauser e possivelmente Pistolas Metralhadoras;
                        > Diversos: Apresentados em Fev70 referem ter recebido 10 armas do Congo;
            11. “Quartel” do Quiangala “Quartel nº 10)
                        > Localização aproximada: em região 143740.081030);
                        > Efectivos: Comandante Paulo António;
                        > Armamento: 3 Mauser;
                        > Diversos: Apresentados em Cambamba em 03Fev70 referem ter recebido 11 armas do Congo.

(Extraído do relatório do Comandante Duarte Silva, depositado no Arquivo Histórico Militar – Lisboa)

(CONTINUA)