quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Não, meu major! Os meus são do tamanho médio!

A cena que se segue presumo ter ocorrido em Zalala. O pessoal, duas ou as três companhias, ficou instalado na pista de aviação da fazenda. Aí montámos quase um verdadeiro acampamento que incluía, nomeadamente, tendas para dormir, cozinha, padaria, eu sei lá que mais. Havia inclusive uma tenda com chuveiros. Um luxo, para quem andava em combate!
Personagem principal neste apontamento é o major Adão Baptista, que era quem apoiava o comandante de batalhão no planeamento das operações. E foi ele próprio que contou a cena na presença dos oficiais, num momento de lazer. Adão Baptista era um homem forte, relativamente baixo se comparado com o comandante Duarte Silva, mas muito social. Mas a sua característica mais marcante era, para mim, ser um autêntico gentleman. Era um verdadeiro cavalheiro, super delicado em atitudes e conversação, especialmente com as senhoras, ao estilo da clássica tradição inglesa. Aliás, da boca dele não se ouvia uma palavra menos correcta. Muito menos um palavrão.
De bengalim na ponta dos dedos, lá estava o major Adão Baptista junto da tenda de comando, a observar o movimento das suas tropas acabadas de chegar, quando vê um militar que, de chinelo no pé e toalha ao ombro, se dirigia para a tenda dos chuveiros em pelota. Major Adão franziu a testa, focou melhor o olhar, e confirmou o que efectivamente os seus incrédulos olhos tinham visto. Um militar, completamente nu! Embora longe, grita-lhe:
- Ouve lá, ó nosso! Pensas que os tens grandes?
Sem interromper a marcha, a resposta foi imediata:
- Não, meu major! Os meus (testículos) são do tamanho médio!
Acrescente-se que, após contar a cena e das risadas do pessoal presente, o major perguntava ao Comandante Duarte Silva:
- Meu comandante! Com a elegância desta resposta eu não tenho ponta por onde lhe pegar!
E o comandante com um sorriso discreto:
- Efectivamente, ó Adão! Efectivamente!