segunda-feira, 21 de junho de 2010
No cimo de um monte erguia-se o nosso aquartelamento.
O edifício maior, dizia-se, parece ter sido uma antiga missão protestante, foi nele que se instalou a Caserna: uma enorme sala polivalente que servia para tudo, dormir, estar, conviver, jogar, ter as suas coisas!
Quem quer vir contar as histórias da caserna, os serões, os jogos de cartas, os piropos aos aerogramas, o relato da última operação. Esperamos que este blog venha a servir para recordar todas essa histórias, é só começar. Escrever nada custa e é um bom exercício pois desenvolve os neurónios e nós com mais de seis décadas de vida precisamos de agitar os neurónios para que o cérebro não adormeça antes de tempo.
Gostaria de ver por aqui outras imagens de Mucondo.
SUS-a-Eles
Sus-A-Eles
Sus-A-Eles é a adaptação da célebre frase de D. Nuno Álvares Pereira, "Sus a eles", quando partia para mais uma batalha contra o inimigo castelhano. Quem são eles? Eles estão por toda a parte, a eles se referia o Zeca Afonso na canção dos vampiros: "eles comem tudo, eles comem tudo, e não deixam nada". Eles são os que usam a palavra para esconderem as suas reais intenções
Provavelmente "Eles" nunca estiveram tão organizados como hoje, já que se organizam globalmente, e é a nível planetário que tudo querem comer deixando aos povos as migalhas que lhes não fazem falta para os iates de luxo, para as viagens a rotas exóticas e para alimentarem vidas de vícios e, acima de tudo, entrarem num jogo político que os legitima através daquilo a que chamam democracia. Nesse jogo têm de comprar votos já que o povo não os conhece e vota "cego" - leiam o ensaio da cegueira de José Saramago uma das suas mais importantes obras à qual não é dado o relevo que merece, pois, a "Eles" não interessa abrir olhos aos cegos.
Serve esta pequena introdução, neste meu primeiro post, para que me possam situar: não sou político o que de modo algum quer dizer que não seja interveniente, defensor de uma democracia real e séria e que grito "Sus-a-Eles" face ao despotismo, à corrupção e à mentira. Coloco-me sempre do lado dos mais fragilizados daqueles que precisam e tenho as maiores reservas face aos poderosos e ao Poder em geral. Alguém escreveu que o poder corrompe, corrompe sempre! Só um poder que emanasse das bases e do povo poderia garantir que a corrupção seria combatida.
Tenciono escrever posts que reavivem memórias do tempo do Mucondo, de Nanbuangongo, de Santa Eulália, enfim de todos os locais por onde caminhámos, obrigados a uma guerra que decerto não era nossa, era d'Eles, mas que se abrirmos bem os olhos podemos identificar n'Eles alguns que se mantêm à tona, na crista da onda. Pelos menos as famílias são as mesmas! Famílias que têm dominado Portugal desde o tempo do Marquês de Pombal, mantêm-se sempre do lado do poder, seja ele de direita, de esquerda ou de coisa alguma, apenas querem estar sentados à mesa do grande banquete que é o orçamento do Estado.
(José António da Silva Tavares)