domingo, 3 de outubro de 2010

CCav 2692 - 3º Pelotão

Vou aproveitar aqui um pequeno intervalo de edição de mensagens para publicar, evocando as pessoas, uma fotografia que me foi gentilmente cedida pelo Simões (que aparece na dita), na qual ficou registado o 3º Pelotão da Companhia de Cavalaria 2692.

Felizmente que começam a surgir mensagens a um ritmo que não esperava.

Felizmente que há protagonistas que viveram a guerra e facultam fotos (ou documentos) que permitem - e assim continuarão a permitir - dessa forma perpetuar tão marcante época.

Felizmente que começam a ser publicados episódios que, sob formas simples e frias como são as verdades, são autênticos retratos da complexidade que foi a guerra, tão autênticos porquanto editados por quem os viveu.

Aqui fica, para a posteridade, a foto tirada no Mucondo (penso que no início da nossa "estadia") com os que iriam viver tamanha aventura. Da esquerda para a direita e da primeira fila para a terceira aqui ficam os nomes:
1ª fila: Furriel Justino, Lucas, Gorgueira, Fidalgo, Alferes Vieira, Grulha, Mendes, , Vieira, Marques;
2ª fila: Furriel Gonçalves, Batista, Gonçalves, Baía, Mendes, Batista, Gato, Tavares, Simões;
3ª fila: Furriel Sá, Costa, Ferrador, Santo, Farinha, Sobral, Nogueira, Pereira, Andrade.

Ao ver esta foto recordo a dureza da guerra, o odor da morte, o sabor da sede, o frémito do medo (a que muitas vezes hoje chamamos adrenalina), o sentido do frio e do calor extremos, mas também os trilhos percorridos abertos ou abertos à catanada, que uniu tanta gente que apenas se conhecera poucos meses antes.

Nunca me esquecerei de cada um deles (destes que aparecem na foto e dos outros). E, por muita discordância que nos separasse, também não posso deixar de evocar os comandantes, o da Companhia, então Capitão Taxa Araújo e do Batalhão 2909, então Tenente-Coronel Duarte Silva.
Foram tempos duros, quer do lado das tropas portuguesas quer do lado dos que pegavam em armas lutando pelos seus ideais de liberdade.

Mas foram também - o que ironicamente hoje tanto falta - tempos de solidariedade entre pessoas que, de um lado ou do outro, penetravam no maravilhoso e duro mundo da selva africana, tão belo quanto mortífero.

Por aqui me fico, por hoje. Recordo todos com muita amizade e saudade de voltar a ver os que nunca mais vi.

António Gonçalves

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