sexta-feira, 6 de maio de 2011

Homenagem

Durante a nossa campanha militar em Angola, faleceram 2 camaradas em combate.
Um deles assentou praça, tal como eu, o Silvestre,o Ferreira, o Borreicho, o Augusto e o Galante, (não sei se citei todos), Em Beja no R.I.3.
Fizemos parte do mesmo pelotão na recruta e depois, também no quarto pelotão da CCAV. 2692 do BCAV. 2909, comandado pelo camarada alf. mil. Carlos Dias.
Refiro-me ao primeiro cabo Jorge Manuel de Oliveira António, vitimado pela explosão de uma bomba aramadilhada, em 19.02.1972.
Foi um camarada de quem sempre gostei muito, era leal e amigo e sempre bem disposto.
Peço perdão, se estou a ferir a sensibilidade de alguém, ao citar o nome, mas tenho de dar a conhecer esta quadra que foi escrita pouco dias depois da sua morte e que permaneceu no segredo dos Deuses até hoje.

Ao Jorge António esta homenagem

António, amigo, irmão
Neste meu peito saudade
Filha da condenação
De tão nova eternidade

José Diogo Júnior

5 comentários:

  1. Falar no Jorge António é lembrar um dos nossos melhores. Embora passados tantos anos, ainda é trazer à minha mente o dia mais negro de toda a minha vida. O nó já não desata. Mas por teres partilhado connosco esse teu íntimo e poético flash mereces, também por isto, especial apreço da minha parte. Obrigado, Júnior!

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  2. Como todos sabem,o Jorge era conhecido por "saca-vem".Chegámos à conclusão que tinha-mos amigos
    comuns, resolvemos portanto tirar uma foto para
    enviar para a malta. Infelizmente nunca foi e eu
    guardo religiosamente essa foto.

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  3. Claro que eu queria escrever "Sacavem", penso
    que infelizmente o Junior está enganado,estou
    a lembrar oRodrigues e outro que agora não me
    lembro,fora o Sanches e Simões evacuados etc...

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  4. Eu escrevi que morreram dois camaradas em combate. A saber: Soldado Manuel Francisco da Conceição Rodrigues, faleceu a 7.12.71 e o Jorge a 19.02.72.
    Se a memória não me atraiçoa veio a falecer já no continente o primeiro cabo Henriques que tinha sido ferido em combate.
    Mais mortes resultantes da guerra não tivemos, graças a Deus e à disciplina militar que caracterizou o nosso batalhão.
    Um abraço a todos e até ao noosso encontro já no almoço no Crato.

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  5. Quadra muito bonita, profunda: saudade, que saudade? Aquela que é maior, a que é filha da eternidade!
    Gostei muito desta quadra, religiosamente guardada por quarenta anos!
    Os nossos mortos estarão sempre na nossa memória até que a eternidade também nos chame, saibamos honrá-los e seguir o exemplo de vida que nos legaram.
    Um abraço grande do Tavares

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