quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Natal de 1970 na Fazenda Bombo

Aproveitando o comentário do Pinho sobre a ida à Fazenda Bombo quando fomos apresentar os que nos renderam, fez-me lembrar o que se passou comigo quando, salvo erro, fomos passar o nosso 1º Natal em Angola. Ora muito bem, a coisa passou-se assim: Os que foram, foram recebidos pelo Gerente da Fazenda o Sr. Ramalho e esposa, acompanhados dos empregados responsáveis, em especial o "Pica Presuntos". A certa altura a Senhora aproximou-se de mim com uma grande bandeja com uns figos secos e grandes do Algarve, que eu apreciava.
Lógico que aceitei e o 1º que meti na boca era autentica "pólvora" pois continha no meio malaguetas de piri-piri. E eu para não fazer parte de fraco resolvi comer até ao fim. Foi o meu azar. Fiquei com a boa a arder e não houve água, sumos, bagaço, wiskhy, etc que resolvesse tirar-me aquele ardor. Resultado: uma autentica bebedeira e uma dôr de cabeça monumental.

Como já era hábito os fazendeiros vieram ao nosso quartel na passagem do ano. Fizemos as nossas investigações e viemos a descobrir que a ideia das malaguetas foi do fazendeiro Resende, dono da fazenda onde nos íamos levar os géneros a uma secção doutra Compª.
Assim, sabendo que ele apreciava bananas, no jantar que nós oferecemos, no final foram-lhe servidas umas lindas bananas que, antecipadamente, tinham sido impregnadas de piri-piri no estado líquido. Quando ele começou a comer e notou o que lá havia sido injectado, virou-se para mim e disse: Foi voçê!

Não se tratou de nenhuma vingança, mas sim uma brincadeira.

Nota: Já agora, aproveito para ir lembrando, repetindo o que havia dito, que práticamente só os aramistas é que vão contando umas coisas. E o resto do pessoal está à espera de quê? Não tenham vergonha de ir contando algo de que se recordem, mesmo que seja coisa banal idêntica ao que acabo de apresentar.

Adelino Amaral, Vagomestre

4 comentários:

  1. Olá Amaral é comprazer que leio mais uma crónica tua.De facto são os homens do arame que vão entretendo a malta.
    Um pequeno reparo em relação ao "Pica-Presunto".
    O homenzinho tinha uma "ferramenta" que lhe chegava ao joelho e estava proibido de andar de calções sempre que a patroa estava na fazenda.
    Razão porque lhe meteram a alcunha do Pica-Presunto.
    Não era assim?
    Um abraço do Ferrugento

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  2. Bem observado, o que confirma teres, de facto, boa memória, o que já vai faltando ao pessoal.
    Efectivamente, segundo diziam, o homem era mesmo, "avantajado".
    Continua assim, que é bom sinal.

    Abraço retribuido.
    Amaral

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  3. Não duvido mesmo nada, se vocês o dizem, é porque era verdade.
    Mas na foto, que o Pinho, teve a amabilidade de partilhar conosco, vê-se bem, quem eram os inspectores da fruta, na dita fazenda.
    Um abraço enfarinhado

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