domingo, 20 de março de 2011

DUARTE SILVA, o Homem


Sobre o comandante Duarte Silva o João Vieira já escreveu que “era um herói, considerado um militar competentíssimo ….uma pessoa muito justa…, com grande dignidade e com um grande sentido do dever ... um militarão e isso significava exigência, disciplina…”
Concordo. Duarte Silva era um grande profissional, e muito exigente. Mas era também muito humano. Aliás, em conversa recente com o nosso capelão, Padre Carneiro, esta ideia foi igualmente acentuada.
Lembro-me que, quando estávamos no Grafanil como tropa de intervenção, um dos médicos ter trazido à conversa, à hora da refeição, que começaram a existir vários casos de “esquentamento”. Na altura o comandante fez qualquer comentário, que me passou despercebido. Mas numa das próximas formaturas Duarte Silva falou ao batalhão deste problema, alertando todos para a necessidade de usar “camisa-de-vénus” para evitar os esquentamentos. Acrescentou algo como “apenas por respeito às vossas mulheres ou futuras mulheres e aos filhos que possam vir a ter”. Lembro-me de ter pensado com os meus botões que este não era o comandante militar Duarte Silva a falar, mas sim um homem, um Homem profundamente humano, um “pai” que pensa na implicação futura das atitudes irresponsáveis dos seus jovens filhos.
Aqui fica uma faceta importante do retrato do Homem que, como comandante me coube em sorte na guerra. Ainda hoje penso que tive muita sorte.

1 comentário:

  1. Aproveito para cumprimentar Carlos Dias, que tem andado um pouco afastado. Concordo com o que acaba de escrever sobre Duarte Silva, e que vem confirmar aliás o que eu escrevi em 8 de Nov de 2010 na minha crónica "Militarão e Diplomata" onde,entre outras coisas, digo que "teria muitos defeitos mas muitas qualidades", etc, etc.
    Um abraço

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