sexta-feira, 3 de junho de 2011

"O seu a seu dono"

Esclarecimento.

Durante o encontro no Crato tive a oportunidade de trocar algumas palavras com o Taxa Araújo sobre o blogue e para surpresa minha fui alertado para a possibilidade de ter faltado à verdade no que diz respeito à rotação do batalhão.

No capítulo 15º , das minhas crónicas “Como eu Entrei na Guerra”, que intitulei da “rotação do descontentamento” eu escrevi, a seguir à citação das palavras proferidas pelo nosso comandante Duarte Silva, o seguinte:

“De encontro a que sentimentos? Quem é que nos ouviu ou se importou com a nossa vontade? Que tristeza…"

Ao que parece e segundo os esclarecimentos que entretanto pedi e que recebi, (embora ainda me falte os do Dias)não tenho qualquer problema em retirar o parágrafo anterior pois acredito que de facto alguns dos responsáveis da c.cav. 2692 foram ouvidos.

Eu não fui e nem fui incumbido de consultar os homens que estavam sob a minha responsabilidade directa (mecânicos e condutores).

Terá sido uma falha do sistema ou do organigrama, pois o único alferes mecânico que havia no batalhão pertencia à CCS e, por conseguinte, seria eu a participar na reunião que, não duvido, se terá efectuado na companhia.

E ainda bem que não estive ,pois tendo em conta a minha irreverência de certeza que não ficaria calado em função da forma como o comandante aterra no Mucondo para, em ar de gozo, nos comunicar que tinha aceite a intervenção.

E logo ao Mucondo. Vem de Luanda do Q.G. e a primeira escala que faz é logo na companhia que se opôs ao destino, que possivelmente já estava escolhido.

Resta alguma dúvida de que com tal atitude apenas pretendeu meter na linha o único capitão e os homens, que tiveram a coragem de desalinhar?

Termino com um esclarecimento.

Para mim “Os senhores da Guerra” não são os comandantes de batalhão, de companhia ou de pelotão.

Esses quanto muito eram na altura também carne pra canhão de 1ª, de 2ª ou 3ªcategoria. Nós os sargentos talvez de 4ª e os soldados nem categoria tinham, eram simplesmente carne pra canhão.

Desculpem a minha frontalidade, mas pese a idade as coisas que me marcaram profundamente eu não esqueço.

Esta não é apenas a minha versão, é a verdade do que se passou comigo. Outros terão a sua verdade que eu nem sequer me atrevo a contestar.

Clemente Pinho. Ex-Furriel Mecânico da C.Cav. 2692









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