Ó sino da minha aldeia
Dolente na tarde calma
Cada tua badalada
Soa dentro de minh'alma
Mote de Fernando Pessoa
Glosa
Hoje é dia de Natal
E embora esteja feliz
Em meu peito algo me diz
O que eu já sei afinal.
É lá longe em Portugal
Que minh'alma passeia
De saudade já tão cheia
E tão despida, tão nua
Que mais me parece a tua
Ó sino da minha aldeia.
No sossego do montado
Onde é rei o alecrim
Ninguém se lembra de mim
Como aqui és tu lembrado.
Por muito ser procurado
Nas entranhas de minh'alma
O teu som ainda acalma
E cura a minha tristeza
Trazendo a tua beleza
Dolente na tarde calma.
Vejo ao longe o horizonte
Onde o céu a terra beija
E esta saudade deseja
Cheirar as urzes do monte
Beber água na tua fonte
Ver no alto levantada
A tua torre tão amada
Como a boa sentinela
Oiço da minha janela
Cada tua badalada.
Saudades levas-as o vento
Como palavras de amor
Como conselhos do Senhor
Nas asas do pensamento
Sem deixarem um lamento
Nem gemido que acalma
Minha oração te salma
E mostra a minha paixão
E como a tua canção
Soa dentro de minh'alma.
José Diogo Júnior
Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos os camaradas da ccav.2692 e suas famílias.
Para ti e todos os teus eu te desejo um Natal
ResponderEliminarFeliz e bom ano de 2011.
Gosto do que escreveste.
ResponderEliminarDesde muito novo que me habituei a gostar de poesia e sei quando estou na presença de algo que merece a pena ser lido.
Eras um razoávelpadeiro, jogavas bem futebol e agora a poesia.
Que mais me irá surpreender? Vou ficar à espera.
Um abraço.
O grande António Aleixo escreveu:
ResponderEliminarJulgam-me mui sabedor
E é tanto o meu saber
Que desconheço o valor
Das quadras que sei fazer
Eu também sou um pouco assim.
Mas escrever é para mim uma nacessidade.
Obrigado pelos comentários e um grande abraço.
Olá, Júnior.
ResponderEliminarSó me surpreendeste da primeira vez que li poesia tua. Agora, passada a surpresa, é com imenso gosto e prazer que leio cada trabalho teu.
Só podias ter sido padeiro, para conseguir saber juntar a farinha ao fermento, adicionar a pitada de sal q.b. amassar bem na água e levar ao forno à temperatura certa e no tempo devido.
Admiro a tua sensibilidade e a tua veia poética.
Um grande abraço,
Gonçalves
Que tenham tido um bom Natal e que o próximo ano seja próspero ( será possível?) )Parabéns ao Junior que não fazia ideia que era poeta.
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